Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

17/08/2006

M.Port.2) A incompetência de quem sabe

(Marca Portugal - Nº2 de 32)

A primeira barreira que se coloca à gestão da Marca Portugal é que ninguém tem um currículo aceitável para o fazer. Não se conhece quem tenha a experiência de pegar num canto de País e, sem décadas de grandes melhorias na educação, justiça e mobilidade social, tornar a marca desse País num factor de competitividade e sucesso no mercado externo.
De facto, os grandes sucessos de desenvolvimento de países e das suas economias passaram, sempre, por vantagens internas, como sejam o ter uma população educada e trabalhadora, existir um sistema de justiça eficaz e viver numa sociedade que recompensa o esforço. Conjugação que se verificou nos países nórdicos, na Austrália, Israel, Singapura ou na Coreia do Sul. Estes países escalaram a tabela das economias mais competitivas, não porque tivessem belas campanhas de promoção externa, mas porque souberam investir, trabalhar, ser honestos e dedicados com o seu esforço. Exactamente o contrário do que se encontra em Portugal, que tem uns níveis de chico-espertice e preguiça que o condenam a ser, de entre os países ricos, aquele que é o mais pobre.

(saber mais em "Vende-se Portugal")

10 Comments:

  • At 10:37 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Confesso que neste item me remeti para o papel de observador. Definitivamente esta temática está na ordem do dia das mentes marketeiras nacionais. Lembro-me da última edição da Marketeer que tinha um especial enfoque na coisa.

    A questão é que não basta andar com uma questão em mente para a resolver, mas convenhamos que ajuda. Pessoalmente acho que estamos a conseguir abordar a coisa de forma mais consistente, se bem que em muitos aspectos continuamos igual às descrições mordazes do Eça do final do sec XIX.

    No que me toca estou a gostar bastante destes artigos, podes contar aqui com um atento espectador que acabou de vir do intervalo e aguarda a continuação da sequela.

    BOm trabalho!


    Cheers

     
  • At 11:10 da manhã, Blogger Consumering said…

    Segunda-feira, dia 28 há mais!

     
  • At 11:01 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Curioso o exemplo irlandês. Para além de ter resolvido todos os problemas-base da falta (emigração) e má formação dos seus recursos humanos, conseguiu em 20 anos transformar por completo a sua imagem exterior. O católico conservador, os gangs de desempregados em Dublin (à espera de vaga nos gangs irlandeses de Boston), a desertificação interior, a ditadura do sector primário, tudo desapareceu sem uma única auto-estrada. O antigo latifúndio inglês é agora o sitio ideal para uma vaga de estrangeiros vindos de países do sul, cheios de auto-estradas e excelentes clubes de futebol...
    Mas acho que aqui os directores de marketing...

     
  • At 11:15 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    ... foram particularmente eficazes e muito bem pagos. E os nomes são bem conhecidos: O ryan air (já antes, havia a filha), o Mr Guiness, O Dr Bono, o Shaw, o Joyce, o Beckett... o Bob Geldof... e muitos mais que eu não me lembro (são 10.30 da manhã).
    E até no futebol, as suas imagens de marca conseguem ser fiel à estratégia...da marca. Roy Keane nada tem de Figo nem de Ronaldo. Tem tudo de Irlanda.

     
  • At 2:34 da tarde, Blogger Consumering said…

    Já lá chegaremos ao exemplo irlandês... mas para já fiquemo-nos com estes dados:
    - O nível de formação dos irlandeses é (há decadas) muito melhor do que em Portugal e ao nível de qualquer outra potencia europeia, especialmente nas engenharias
    - Os irlandeses falam todos inglês e têm uma fortíssima colónia nos EUA, país de onde vem a generalidade das IT
    - O clima irlandês desaconselha qualquer aposta no turismo.
    Resultado: A irlanda fez-se (bem) o porta-aviões do IT made in USA e deu-se muito bem, pelos mesmos motivos que em Portugal o "modelo irlandês" nunca funcionaria.
    Esse é o problema dos "modelos" se funcionam "lá" provavelmente é porque não funcionam "cá".

     
  • At 6:35 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    É um falso mito (um fardo pesado para muitos dos irlandeses que eu conheço) este de que a capital da nova Irlanda é Boston...

     
  • At 8:21 da tarde, Blogger Consumering said…

    "A" Capital pode não ser, mas "o" capital é de lá que vem. De lá e dos arredores (em sentido lato). Basta ver onde estão sediadas as grandes corporações IT americanas na Europa para arrumar com os fardos e os mitos.

     
  • At 4:21 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    O peso dos american-irish nas empresas, bancos (mesmo os de Boston) e nos grandes fundos de investimento que suportam as IT não é maior do que o dos italo-americanos, polacos, chineses, russos… não judeus.
    Quando chamava curioso ao exemplo irlandês como exemplo de sucesso, tinha em conta, obviamente, o peso da língua, da cultura e até, quem sabe, do misticismo celta, que sempre dá jeito nos imprevistos económicos.

    A surpresa do sucesso vem pela imagem positiva que a Irlanda alcançou nos mercados. Um pais religiosamente ultra-conservador, sem rede viária, com metade da população na área urbana de Dublin, durante anos com uma economia baseada na agricultura e dependente da Inglaterra e das suas recessões sazonais, com uma enorme taxa de desemprego e inflação no início dos anos oitenta, com os enteados do IRA bem ao lado, tinha tudo para ter ser um eterno armazém da Guiness e do Jameson, com dois defesas de Rugby à entrada.
    (se mudarem as marcas e a modalidade desportiva, estão em casa)
    E no entanto, em apenas 10-15 anos, tornou-se num pais referência, que qualquer conversa de café consegue facilmente justificar, muito para além do volume das exportações de software.

    Porque é que o modelo irlandês não dá em Portugal?… Porque os Marketeers escolhidos foram outros…

     
  • At 4:55 da tarde, Blogger Consumering said…

    Porque os irlandeses têm um nível de formação elevado que os italianos não têm e os portugueses muito menos.
    Logo a irlanda é um destino realista para os investimentos IT americanos e Portugal simplesmente não o é.
    O motivo porque o modelo irlandês não funciona em Portugal é porque Portugal não é a Irlanda e o modelo (como o próprio nome o diz) é irlandês.
    Simples.

     
  • At 12:25 da manhã, Anonymous Anónimo said…

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