Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

11/08/2008

“Notoriedade”

Há muito tempo atrás, logo depois do tempo em que os animais falavam, mas ainda na altura em que o mundo era quadrado, houve um anónimo senhor que descobriu que a razão porque as pessoas não lhe compravam os seus produtos era porque não sabiam que ele os tinha para vender. Ora, como a necessidade aguça a o engenho, foi mais ou menos nessa altura que se inventaram tanto a propaganda quando o seu objectivo, a notoriedade.

Para o tempo que era, foi dito e feito. Quem queria vender explicava aos demais qual era a sua intenção e quem quisesse comprar iria à procura onde sabia que ia encontrar. Isto se chamava de notoriedade e tinha alguma utilidade nesses tempos em que o mais longe que se ia, era para casar com uma prima.

Desde então, a linha do horizonte alargou-se e fruto de umas novidades como o automóvel ou a telefonia, a “notoriedade” tornou-se tão útil quanto as cruzadas. Sendo apenas aplicada no contexto do soundbite, ou seja, no contexto em que vai prejudicar o negócio. O que faz em duas ocasiões.

A roer por um lado está a notoriedade da empresa, uma inutilidade que leva empresa sobejamente conhecidas a digladiar-se por uns pontos extra de uma coisa que não tem ideia para que serve. Por exemplo, os operadores de telemóveis têm entre si diferenças de notoriedade na ordem dos 2 ou 3%, enquanto as quotas de mercado diferem 20 ou 30%. Quer dizer que para a decisão de comprar um ou outro o conhecimento é completamente irrelevante, pois quase toda a gente conhece os operadores mas prefere comprar só a um.

Ainda mais estúpida por outro, é a notoriedade da publicidade, que é como quem diz, levar os consumidores, quais cãezitos amestrados, a reconhecer um anúncio. Também neste caso, não há nenhuma relação entre o reconhecimento de um anúncio e a preferência de uma marca. Portanto, seja do que for, a notoriedade é inútil e persegui-la resultará apenas em redução dos lucros.

Se mais argumentos fossem necessários: veja-se quanta notoriedade tem o Bibi da Casa Pia e pergunte-se quem é que o levaria para casa?