psicologia invertida
Há um momento no crescimento de cada criança em que esta aprende o que é um “não”, qual o seu significado e aí mesmo decide testar os seus limites, contrariando-o. Esta fase, bastante irritante para os pais, é a prazo pouco perturbadora e pode ser facilmente contrariada, quer seja usando da inevitável paciência e firmeza, que seja pelo recurso imediato à psicologia invertida.
“Não queres a sopa, pois não?” “Sim quero!” A psicologia invertida é tão elementar que apenas uma criança pequena cairá repetidamente em semelhante esparrela. Ou uma criança pequena ou um adulto com mentalidade de criança, que é outra forma de dizer consumidor. Sim, os consumidores portugueses parecem estar a aprender o que é o não, e alguns dos seus guias resolveram aproveitar o momento para criar a publicidade invertida, a publicidade que não é publicidade e a publicidade que diz mal da publicidade.
No último ano ou assim, passaram pelos media portugueses as seguintes 3 campanhas de publicidade invertida, pelo menos. A primeira, uma imberbe tentativa da Rede4 que dizia “não ter anúncios caros” para benefício do consumidor. Depois veio o estrondo do Jumbo que despudoramente dizia que não era só publicidade, estava em jogo o oposto desta, a verdade. Por estes dias é o óleo VêGê que ressuscita a abordagem poupadinha da Rede4 mas desta vez sem dizer onde gasta o dinheiro que poupa.
Tal como na deseducação das crianças, estas campanhas têm o seu efeito imediato facilmente demonstrável. Tão bem o petiz comeu a sopa, quanto convicto foi o consumidor ao Jumbo. O problema vem depois quando o aprendiz aprende o truque e não se deixa mais enganar. Assim que a criançada percebe que a sopa lhe esteve sempre destinada quer ele a quisesse ou não, apercebe-se da malícia do truque e torna-se imediatamente insensível.
Tanto que a Rede4 passou a ter anúncios aparentemente caros, com chamativos samurais e o que mais. Talvez porque tenha percebido que o que custa caro não é fazer o anúncio mas sim exibi-lo. Ou ainda talvez porque não tenha percebido que não basta ser poupado, é igualmente importante parecer poupado. Por um caminho de engano semelhante parece ter ido o Jumbo, que depois de ter usado a contra-publicidade com a mestria de um predestinado, aparece o próprio a contradizer-se com uma ainda por compreender confusão entre a verdade, que não publicidade e a novela da vida real, que não é a realidade. Traduzindo. Os fantásticos directos do Jumbo credíveis e anti-publicitários, esfumaram-se num grande irmão gasto e insatisfatoriamente voyer.
Resta o Vegê que está agora a começar, usou o seu truque de inversão e conseguiu com isso alguma atenção. Mas o que irá fazer daqui para a frente?
“Não queres a sopa, pois não?” “Sim quero!” A psicologia invertida é tão elementar que apenas uma criança pequena cairá repetidamente em semelhante esparrela. Ou uma criança pequena ou um adulto com mentalidade de criança, que é outra forma de dizer consumidor. Sim, os consumidores portugueses parecem estar a aprender o que é o não, e alguns dos seus guias resolveram aproveitar o momento para criar a publicidade invertida, a publicidade que não é publicidade e a publicidade que diz mal da publicidade.
No último ano ou assim, passaram pelos media portugueses as seguintes 3 campanhas de publicidade invertida, pelo menos. A primeira, uma imberbe tentativa da Rede4 que dizia “não ter anúncios caros” para benefício do consumidor. Depois veio o estrondo do Jumbo que despudoramente dizia que não era só publicidade, estava em jogo o oposto desta, a verdade. Por estes dias é o óleo VêGê que ressuscita a abordagem poupadinha da Rede4 mas desta vez sem dizer onde gasta o dinheiro que poupa.
Tal como na deseducação das crianças, estas campanhas têm o seu efeito imediato facilmente demonstrável. Tão bem o petiz comeu a sopa, quanto convicto foi o consumidor ao Jumbo. O problema vem depois quando o aprendiz aprende o truque e não se deixa mais enganar. Assim que a criançada percebe que a sopa lhe esteve sempre destinada quer ele a quisesse ou não, apercebe-se da malícia do truque e torna-se imediatamente insensível.
Tanto que a Rede4 passou a ter anúncios aparentemente caros, com chamativos samurais e o que mais. Talvez porque tenha percebido que o que custa caro não é fazer o anúncio mas sim exibi-lo. Ou ainda talvez porque não tenha percebido que não basta ser poupado, é igualmente importante parecer poupado. Por um caminho de engano semelhante parece ter ido o Jumbo, que depois de ter usado a contra-publicidade com a mestria de um predestinado, aparece o próprio a contradizer-se com uma ainda por compreender confusão entre a verdade, que não publicidade e a novela da vida real, que não é a realidade. Traduzindo. Os fantásticos directos do Jumbo credíveis e anti-publicitários, esfumaram-se num grande irmão gasto e insatisfatoriamente voyer.
Resta o Vegê que está agora a começar, usou o seu truque de inversão e conseguiu com isso alguma atenção. Mas o que irá fazer daqui para a frente?
3 Comments:
At 11:58 da manhã, Anónimo said…
Hoje vou estar no Por Outro Lado na RTP 2 a falar sobre a minha genialidade de querer mudar a bandeira portuguesa como forma de atrair mais investimento e turismo. Por favor, vejam-me e oiçam-me, ok?
At 3:01 da manhã, Anónimo said…
Só para acrescentar a referência à nova campanha da Agros que nos mostra as vaquinhas a pastar.
O simpático "gestor rural" que dá a cara e a voz à campanha comenta no último spot "(...) isso é coisa de marketing" a propósito da própria campanha. De seguida, apresenta os especialistas da produção da Agros e... são as vacas.
Parece uma piada engraçada mas é mais um caso de psicologia invertida.
At 7:59 da manhã, Consumering said…
Muito bem apontado
Enviar um comentário
<< Home