Allgo está podre no reino da marca
Anda por aí uma nova edição da cada vez menos interessante, mas sempre patética campanha de “promoção” do Algarve. Aquela campanha ilegível onde o reino deles (dos Algarves) aparece caricaturado como Allgarve, com dois élles. Apesar de ser apenas a repetição de uma polémica distracção passada, os bobos da corte continuam a debater-se com o assunto, alinhando aos magotes em facções opostas que arremessam ardentemente a sua ignorância uma contra a outra.
Os críticos da iniciativa continuam queixosos, alegando que o assunto não é só all-garve é mesmo todo-grave. Pois a marca deles é o “Algarve” e, segundo eles, um simples erro ortográfico ofende a mãezinha dela (da marca) e toda uma linhagem de gente que não sabe estrangeiro e portanto não pode ser confrontada com trocadilhos pueris em inglês. Pobres daqueles que se acham defensores de uma marca de turismo sem estofo para suportar uma mera piadinha. Deviam as damas ofendidas pela ortografia saber que tamanha falta de sentido de humor não fica nada bem a quem ambiciona ser um destino de férias.
Do outro lado da barracada, encontram-se os apologistas do programa e das demais iniciativas nele incluídas. Estes defensores, quiçá confortados com o que já facturam ou acomodados ao fado de parir tanto trabalho de má qualidade, contra argumentam, em esforço, que esta iniciativa se limita a ser apenas e tão só um programa de promoção, sem mais pretensão. Dizem-nos então, os apologistas, que o Allgave não é mais do que uma mera iniciativa pontual. Um programa passageiro onde se expõe aos incautos turistas, que o Allgarve não é “só” boas praias e golfe todo o ano, mas todo um conjunto medíocre de programas de variedades, shoppings de província, discotecas de engate e outros tantos dissuasores, que se complementam como ambos os dois elles, no Allgarve.
Curiosamente, tanto da primeira vez que o erro ortográfico veio para a rua, como nesta segunda reedição semi-requentada, muito pouca gente se incomodou com o desperdício que é verdadeiramente grave. No Allgarve, os milhões de euros empregues na iniciativa, continuam a ser cuidadosamente enviados para onde garantidamente não servem de grande coisa:
Em primeiro lugar, repete-se o (de)feito passado enterrar o dinheiro quase todo em espaço de publicidade (mupis e revistas) lisboetas (e portuenses). Ainda que a baixa produtividade dos portugueses e seus déficits consecutivos que não incentivem o país ao ócio, ao governo convém distrair os eleitores da triste realidade em que estão metidos e recordar os portugueses que o Allgarve ainda é nosso. Mesmo quando secretamente anseia pelo dia em que a Madeira grite o seu Ipiranga. Se as peças de publicidade do Allgarve não estivessem escritos num português invisível, estes anúncios talvez pudessem impressionar aqueles espanhóis que vieram passar a Páscoa a Lisboa, já não se perdia tudo.
Pela segunda vez, o erro segundo é a segunda categoria dos eventos que ocupam o cartaz do programa. Com esta pobreza de interesses, os promotores da incitativa talvez esperem ocultar que o ex-melhor sol da Europa, sofre dos excessos da fama e urbanização e brilha agora tão acabado quanto o cabeça de cartaz, Lou Reed. Um cantante decadente que ainda por cima é uma relíquia repescada do alinhamento de mediocridade que foi o Allgarve no ano passado.
Finalmente, temos uma campanha publicitária inconsequente, onde nem sequer o mais militante fã de “experiências que marcam” poderá ficar a saber onde encontrar algum jazz no meio dos buracos de golfe, ou “arte contemporânea em edifícios históricos”. Isto porque sobre um fundo pálido de amarelo e laranja, se sobrepõem letras brancas de tamanho microscópico e em tanta quantidade de texto que mais não fazem do que sujar os pobres outdores da campanha.
Enfim, quando se pensava que Portugall não podia Go Deeper, eis que o pessoal do combate ao turismo se volta a superar no seu desígnio de desbaratar do dinheiro aos contribuintes. Da iniciativa, ao menos se salva uma coisa: allgarve, west coast, lusitanea, go deeper, são uma linhagem demasiado consistente para serem tomadas por meras coincidências. As iniciativas deste calibre têm pela consistência dos objectivos, contribuído para que cada vez sejam mais as pessoas que sabem separar o trigo do joio na publicidade. A cada allarvidade que passa, são mais aqueles que reconhecem quem usa o dinheiro dos contribuintes para mandar poeira aos olhos dos eleitores.
(Artigo de Opinião para o Publituris)
Os críticos da iniciativa continuam queixosos, alegando que o assunto não é só all-garve é mesmo todo-grave. Pois a marca deles é o “Algarve” e, segundo eles, um simples erro ortográfico ofende a mãezinha dela (da marca) e toda uma linhagem de gente que não sabe estrangeiro e portanto não pode ser confrontada com trocadilhos pueris em inglês. Pobres daqueles que se acham defensores de uma marca de turismo sem estofo para suportar uma mera piadinha. Deviam as damas ofendidas pela ortografia saber que tamanha falta de sentido de humor não fica nada bem a quem ambiciona ser um destino de férias.
Do outro lado da barracada, encontram-se os apologistas do programa e das demais iniciativas nele incluídas. Estes defensores, quiçá confortados com o que já facturam ou acomodados ao fado de parir tanto trabalho de má qualidade, contra argumentam, em esforço, que esta iniciativa se limita a ser apenas e tão só um programa de promoção, sem mais pretensão. Dizem-nos então, os apologistas, que o Allgave não é mais do que uma mera iniciativa pontual. Um programa passageiro onde se expõe aos incautos turistas, que o Allgarve não é “só” boas praias e golfe todo o ano, mas todo um conjunto medíocre de programas de variedades, shoppings de província, discotecas de engate e outros tantos dissuasores, que se complementam como ambos os dois elles, no Allgarve.
Curiosamente, tanto da primeira vez que o erro ortográfico veio para a rua, como nesta segunda reedição semi-requentada, muito pouca gente se incomodou com o desperdício que é verdadeiramente grave. No Allgarve, os milhões de euros empregues na iniciativa, continuam a ser cuidadosamente enviados para onde garantidamente não servem de grande coisa:
Em primeiro lugar, repete-se o (de)feito passado enterrar o dinheiro quase todo em espaço de publicidade (mupis e revistas) lisboetas (e portuenses). Ainda que a baixa produtividade dos portugueses e seus déficits consecutivos que não incentivem o país ao ócio, ao governo convém distrair os eleitores da triste realidade em que estão metidos e recordar os portugueses que o Allgarve ainda é nosso. Mesmo quando secretamente anseia pelo dia em que a Madeira grite o seu Ipiranga. Se as peças de publicidade do Allgarve não estivessem escritos num português invisível, estes anúncios talvez pudessem impressionar aqueles espanhóis que vieram passar a Páscoa a Lisboa, já não se perdia tudo.
Pela segunda vez, o erro segundo é a segunda categoria dos eventos que ocupam o cartaz do programa. Com esta pobreza de interesses, os promotores da incitativa talvez esperem ocultar que o ex-melhor sol da Europa, sofre dos excessos da fama e urbanização e brilha agora tão acabado quanto o cabeça de cartaz, Lou Reed. Um cantante decadente que ainda por cima é uma relíquia repescada do alinhamento de mediocridade que foi o Allgarve no ano passado.
Finalmente, temos uma campanha publicitária inconsequente, onde nem sequer o mais militante fã de “experiências que marcam” poderá ficar a saber onde encontrar algum jazz no meio dos buracos de golfe, ou “arte contemporânea em edifícios históricos”. Isto porque sobre um fundo pálido de amarelo e laranja, se sobrepõem letras brancas de tamanho microscópico e em tanta quantidade de texto que mais não fazem do que sujar os pobres outdores da campanha.
Enfim, quando se pensava que Portugall não podia Go Deeper, eis que o pessoal do combate ao turismo se volta a superar no seu desígnio de desbaratar do dinheiro aos contribuintes. Da iniciativa, ao menos se salva uma coisa: allgarve, west coast, lusitanea, go deeper, são uma linhagem demasiado consistente para serem tomadas por meras coincidências. As iniciativas deste calibre têm pela consistência dos objectivos, contribuído para que cada vez sejam mais as pessoas que sabem separar o trigo do joio na publicidade. A cada allarvidade que passa, são mais aqueles que reconhecem quem usa o dinheiro dos contribuintes para mandar poeira aos olhos dos eleitores.
(Artigo de Opinião para o Publituris)
3 Comments:
At 3:08 da tarde, Anónimo said…
É, mesmo, Allgrave.
At 5:41 da tarde, Anónimo said…
Isso é tudo recalcamento de infância? Concordo com a maioria das tuas posições, mas perdes toda a razão com ataques pessoais e generalizados, que com agressividade achas que farão mais efeito.
Para além disso, atenção que não deixam de ser cobardes... porque são ventilados na opinião pública de forma absolutamente lamentável.
Isso é tão cobarde quanto eu colocar aqui anónimo!
At 5:53 da tarde, Anónimo said…
Nem mais. Concordo aqui com o Anónimo e acrescento:
- Então e não és tu, caro consumering, parte das vozes críticas e apologistas da "barracada"? Caramba se és... comentas tudo e qualquer coisa
- Então e não és tu também, caro Henrique Agostinho, parte dos "shoppings de província" do Allgarve? Caramba se és... e a julgar pelas actividades de marketing deste, eu diria que és parte do AllGrave também
Pois é. Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras aos vizinhos...
Falo de olharmos para esses magníficos case-studies de Marketing chamados Colombo e Norte Shopping e seus posicionamentos fantásticos, únicos, diferenciadores e sobretudo altamente distintivos como "TEM TUDO".
Isto, para não falar das concretizações tão ridículas como de fraca leitura como a das sereias, super-heróis, unicórnios, etc...
É preciso responsabilidade para se ter imprensa.
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