Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

04/10/2008

Perguntar já não ofende, atrasa.

Com um teste perfeito, os planos deixam de ser necessários.


Um dos principais problemas dos testes de mercado ao modo do sec.XX é o efeito deturpador de perguntar uma opinião a quem não a tem. Toda a gente mente, especialmente os consumidores que respondem a inquéritos:

Pergunta: Prefere o padrão do papel higiénico em quadrados ou círculos?

Pensamento: O papel higiénico tem padrão? Pelos vistos é importante para mo perguntarem. Vou ter de responder ou ainda julgam que eu não uso o papel convenientemente...

Resposta: ...errr círculos!

Os consumidores fazem muitas coisas sem pensar, o que não seria um problema se os inquéritos não tivessem de as perguntar para saber. Os testes despertam os consumidores para factores que nunca antes tinham considerado. Logo, num ambiente de inquérito, os consumidores são obrigados a verbalizar algo que antes nem racionalizavam, acabando a mentir.
Mesmo fugindo ao inquérito, até à emergência da Internet, tem sido bastante difícil desenhar um teste que seja tão representativo quanto barato. Felizmente que na Internet se combinam os custos de produção muito limitados, a distribuição praticamente gratuita e a medição de resposta incrivelmente rigorosa. Todos juntos fazem o teste perfeito.
Um exemplo. Imagine-se uma empresa de lacticínios que se depara com algumas dúvidas sobre o que fazer aos seus novos iogurtes: Que nome utilizar? Deve destacar as funções probióticas ou o exótico sabor? Que preço lhe deve colocar? Isto entre tantas outras dúvidas que sempre ocorrem no processo de desenho de um produto novo. Até agora, estas dúvidas, iriam ser respondidas com base em técnicas muito pouco fiáveis: focus groups, questionários e outros meios de sistematizar a ignorância que têm dizimado os lançamentos ao mercado. Com a disponibilidade da Internet, o hipotético marketeer de lacticínios pode agora construir diversos cenários online para os seus novos iogurtes. Pode gerar tráfego para cada um desses sites e registar quantas pessoas manifestaram o seu interesse em cada um dos cenários de teste. Pode fazer tudo isto, gastando apenas algumas semanas e pode obter do seu pequeno esforço, uma resposta quantificada sobre os factores que são relevantes para o seu negócio.
Ao custo quase simbólico de uns milhares de cliques e de umas mãos cheias de micro-sites, é possível indagar, junto de consumidores reais, em que medida é que estes respondem, comprando cada uma das alternativas. Um teste barato, sem adulterar a realidade e sem limite de monta à quantidade de alternativas que se pode testar. Com este efeito, as simulações de conceito online, são, ou prometem ser, os testes perfeitos. Tão perfeitos que podem mesmo arrasar com a actual indústria dos inquéritos.


Artigo da (r)evolução para o Meios&Publicidade