Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

03/04/2005

0 - Sexo no Supermercado:

O Marketing é tal e qual o engate. Aquilo que funciona para levar uma empresa a facturar, também é bem empregue para levar uma pessoa a facturar. São tantas as semelhanças que aqueles que tiverem como objectivo aumentar as suas vendas, bem podem atentar nas lições a tirar dos relacionamentos entre adultos consentâneos.

De facto, para uma marca chegar a vender o que quer que seja a um qualquer cliente, precisa essa marca antes de passar por um processo de selecção e escolha entre concorrentes que é mais ou menos equivalente ao caminho percorrido pelo comum candidato a macho cobridor. Ou vice-versa, o que há a fazer para vender é bem semelhante aos trabalhos de fêmea fértil em busca de um parceiro.

O vice-versa aqui é importante, porque na verdade é a forma de estimular as vendas que foi decalcada do modo de estimular as glândulas do sexo oposto, afinal o dinheiro e as vendas são uma invenção recente quando comparados com o sexo e a escolha de parceiro. Por isso, e uma vez que os seres humanos andam nesta vida de seduzir os parceiros há algum tempo, outra coisa não seria humana de esperar que não fosse o decalcar na compra do supermercado de todas os tiques e ilusões que se traz da busca por sexo.

Não querendo iludir ninguém sobre ser o que se segue uma lição de engate, já que o assunto é demasiado complicado para poder ser retalhado em capítulos, o que se segue é só e apenas a aplicação do modus operandis do engate, algo que toda a gente já sabe, ou devia saber se não quiser passar o resto dos seus dias na solidão, mas agora aplicado a uma outra actividade, ao marketing, e que, como já foi dito, segue aproximadamente as mesmas regras, ainda que estranhamente poucos o saibam.

Para qualquer humano, social e equilibrado, o impulso de acasalar é tão relevante que este se dará ao trabalho de perceber como funciona essa coisa da sedução e como a pode utilizar em seu benefício próprio. Pelo menos até ao ponto em que o dito humano se sente satisfeito com o resultado das suas conquistas. Afinal é a sua própria preservação e a da espécie que está em causa.

Com o mesmo fito final, a preservação da organização, seria de esperar que os profissionais da gestão soubessem de sedução tanto quanto um gigolo de praia, mas curiosamente não é bem isso o que se passa. Basta ligar a televisão para ver dezenas de tentativas desesperadas, desorientadas e típicas de quem passou do prazo e está na sua solidão, oscilante entre o desespero e a compra de companhia.

Dois exemplos do que se trata. Os clientes que acedem ao Amazon são recebidos com um caloroso “bom dia Sr. Coiso e Tal, temos para si esta coisa que sabemos que vai gostar”. Ora, a Amazon.com seduz porque conhece cada um dos seus clientes e lhes recomenda produtos de que eles gostam. Enquanto isso, de cada vez que o mesmo Sr. Coiso e Tal vai ao banco é só recebido com um forçado “temos produtos à medida de todas as necessidades. Só não fazemos é a menor ideia de quais são essas suas necessidades”. Ora, posto assim, o ter de tudo, e as necessidades, não parecem lá muito sedutores.

Pois bem. Seja por necessidade ou seja por desejo, o marketing que funciona, seduz e porque seduz, vende. Ora, se aceitarmos que cada venda é como uma relação que começa, então o sítio onde há mais sexo, é no supermercado.

Que tal? Em busca do formato perdido.

1 Comments:

  • At 10:35 da tarde, Anonymous Anónimo said…

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