Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

07/04/2005

II - Com uma grande companhia

A queixa mais comum da encalhada, ou encalhado da vida, é que já não há homens bons, e os que há são como as casas de banho públicas. Ou então que elas estão todas casadas, ou etc. Acontece que esta infelicidade de não encontrar quem sirva como parceiro, está geralmente associada às expectativas demasiado restritivas do buscador. São tão restritivas que não será menos do que normal acabar por não encontrar quem lhes sirva, e por isso mesmo não encontram ninguém que caiba dentro das palas através das quais olham o mundo.

Para que a definição de um Grupo Alvo seja uma experiência minimamente compensadora, convém que haja alguém dentro desse grupo, aliás convém até que haja muita gente, o que é bem melhor do que o contrário. Assim um bom Grupo Alvo é um conjunto amplo e homogéneo de indivíduos que se interessam por determinadas coisas.

Homogéneo é importante, porque parte da definição de um grupo alvo é que se trata de um grupo no qual se pode acertar. Ora ter dois alvos costuma ser sinal de tiro ao lado. Pode parecer pouco relevante, mas a verdade é que muitos dos gestores de marca acham que tem a capacidade para agradar a dois grupos alvo diferentes. Nas suas cabecitas, acham que conseguem ser exactamente e ao mesmo tempo aquilo que a filha e a sogra desejam. Algo que até poderia ser verdade, não fosse o azar das marcas de serem espantosamente expostas.

Nas prateleiras dos supermercados e de todas as outras lojas, os produtos estão sempre à vista de toda a gente. Assim não está ao alcance de um gestor médio identificar para quem está a falar e adequar o discurso à altura da situação. Assim, de cada vez que se fala da luxúria do caramelo, descredibiliza-se imediatamente as propriedades dietéticas. Também no que toca às relações, espera-se do candidato a parceiro que seja um tipo verdadeiro, e não ajuda nada à credibilidade do engatador ir contando versões diferentes da sua infância, de cada vez que se encontra com a mesma pessoa.

Assumindo então que para arranjar companhia é importante ir ao encontro dessa companhia, convém escolher como alvo da procura um grupo de companhia minimamente volumoso. Quem tiver um fraquinho por homens baixinhos e gordinhos sabe à partida que o que não lhe faltam são candidatos a preencher o lugar. Já por outro lado, se o fetiche bandeia mais lá para os lados do Adónis de Hollywood do tipo Brad Pitt mas sem ser convencido, então é provável que o destino lhe reserve a solidão disfarçada por grandes despesas com a Blockbuster.

As marcas resistem muito a definir o seu Grupo Alvo, preferem até esconder-se por detrás de tolices do tipo “para quem quer mais” ou para “quem não está nunca satisfeito”. Mas infelizmente quem nunca está satisfeito faz um péssimo cliente. Por isso o melhor é cingir a ambição a um grupo bem definido. Por exemplo a Procter&Gamble insistiu há uns anos em lançar um champô destinado a adolescentes com muito dinheiro que compram champô no supermercado. O produto, physique de seu nome, foi um verdadeiro fiasco. E pois claro, com um grupo alvo do tamanho da fortuna dos adolescentes, não se poderia esperar outro destino.

Para que a escolha de um Grupo Alvo algum dia venha a dar frutos, o dito grupo tem de ser homogéneo e amplo. Amplo para que haja gente que chegue no grupo e homogéneo para que haja uma única proposta que interesse o grupo a ponto de estes fazerem a compra, sejam de sexo ou de supermercado.

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