Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

28/09/2005

9 (mpe) – A criatividade o que vende é criatividade

Não há modo melhor de se conseguir vendas do que explicar aos potenciais clientes da razão pela qual devem preferir um produto em vez dos concorrentes. Isso é boa publicidade. E a boa publicidade traz vendas. Mas para quem anda nestas coisas dos negócios, sabe que não basta ir para a rua escrever: “Pasteis da Maria, bolos e doces caseiros“. Não é assim tão simples. Para a publicidade funcionar, ajuda ser chamativa e criativa.

Vai daí as grandes empresas contratam a peso de ouro uns grandes publicitários para que esses grandes publicitários transformam os Pasteis da Maria em propostas mais profundas, e intensas, por exemplo: “Quem tem os Pasteis da Maria, não tem a mania”. Ou então “Maria pasteis, são como vós os gosteis”. Fantástico e criativo. E claro, também é caro. Porque o que é fantástico e criativo só não sai é barato.

Posto isto, parece que por via do investimento em criatividade da multinacional que comprou a pastelaria à Maria, agora todos os outros cafés das redondezas estão condenados a definhar e morrer por falta de jeito para os versos. Muitos até se esforçam e tratam de fazer eles próprios as suas piadas e rimas, mas que naturalmente saem sem graça nem jeito. Todos sabem que o resultado mais comum desta contenda é a grande empresa levar a melhor e o pequeno café acabar a encomendar a alma ao tribunal de falências.

Mas alto lá! Lá porque andam aí umas multinacionais a abrir boutiques de café e bebedouros de cafeína em centros comerciais, não é bem verdade que todos os outros snacks tenham de ir à falência. Aliás se fosse esse o caso, então não haveria tanto empresário da restauração com o estaminé aberto e a clientela fidelizada. Pois bem, então em que ficar? Será que a criatividade afinal não tem serventia ou será que o único segredo da restauração é ter o patrão ao balcão?

Nem uma nem outra, voltemos aos Pasteis da Maria. Antes da criatividade, os pasteis não rimavam mas eram caseiros. E um pastel caseiro é uma coisa que apetece comprar. Sabemos que são melhores os bolos caseiros, quer sejam feitos pela Maria ou por outra qualquer. Só que depois, quando se pôs a criatividade a funcionar, a parte caseira perdeu-se e perdeu-se com ela a vantagem que tinha o cliente em comprar na Maria.

Sejamos honestos. Pasteis sem a mania? E pasteis que vós gosteis? Que raio! Porque é que alguém há de querer comprar destes pasteis? Não é preciso ser um mestre doceiro como é a Maria para saber que “caseiro” é uma coisa boa que o comprador quer enquanto “mania” não é... bem, não é nada disso.

Explicando. A diferença entre “mania” e “caseiro” chama-se de Beneficio. Ou seja, para que um cliente compre uma coisa é porque ganhará algo em troca dessa compra. Aquilo que se ganha em comprar chama-se de Benefício. Como tal, Benefício é a vantagem que um cliente tira em comprar um determinado produto ou serviço. E o benefício é a parte mais importante do Motivo de Compra.

Já sabemos que o Motivo de Compra é a informação que preenche o espaço em “compre este produto em vez da concorrência porque ____________________________________”. Então, se vamos colocar alguma coisa neste espaço, convém que seja algo que o comprador quer. Não precisa de ser o que todos os compradores querem. Mas de certeza que tem de ser o que uma boa parte deles quer.

No caso dos Pasteis da Maria, “porque são caseiros” é um bom benefício. E nestas coisas de vender o que importa é deixar o cliente satisfeito, deixando-o a ganhar qualquer coisa. Já a criatividade essa só interessa a quem não tem mais nada com que se preocupar

5 Comments:

  • At 1:10 da tarde, Blogger Consumering said…

    Caro Faceless.
    Concordo que a criatividade é importante quando se têm um bom benefício. Antes de se ter o dito do benefício não serve de nada.
    Ora, como a maioria das empresas não tem um bom benefício, a criatividade não deveria preocupar a maioria das organizações.
    Ainda por cima quando a maioria das empresas equivale a dizer "quase todas as empresas".

     
  • At 2:14 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Viva, sim, faz sentido... a meu ver a criatividade serve apenas para realçar o beneficio, de preferência com originalidade estilo... no fundo é como um elegante vestido em que o criativo é o alfaiate... E acreditem também que a maquilhagem a juntar a um bom corte impressionam QB, mas também não fazem milagres..

    O pior mesmo é ver tantas meninas esbeltas com potencial serem preteridas por tantas "matrafonas camufladas" deixando o consumidor altamente desconfiado e a classificar tudo por igual...

    Cheers

    Noesis

     
  • At 5:32 da tarde, Blogger Consumering said…

    Boa analogia!

     
  • At 2:59 da manhã, Anonymous Anónimo said…

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  • At 7:47 da tarde, Anonymous Anónimo said…

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