Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

10/10/2005

11 (mpe) - Não há nada mais triste do que um filho a bater na mãe

Fazer uma coisa melhor do que a concorrência é como o código postal das vendas. É meio caminho andado. Sendo a outra metade conseguir o reconhecimento da superioridade por parte de quem compra. Assim, quando uma empresa preenche bem o espaço em: “compre aqui em vez de na concorrência porque _____________________________”; estão lançadas as bases para as vendas que muitos julgam estar só ao alcance das multinacionais.

Com uma fórmula tão simples para vender, é triste é que sejam poucas as empresas que a aplicam no dia-a-dia. E são poucas porque a maioria das empresas tem medo de ser melhor numa só coisa e prefere ser medíocre em todas. Dizem esses indecisos que precisam de fazer tudo, não se vá dar o caso de escolher o caminho errado. Ora, nas escolas, tanto as de gestão como as da vida, deveriam ensinar que quem tem medo compra um cão, não gere uma empresa. Ainda por cima quando estas decisões não ficam por tomar apenas por falta de coragem. Piores são os casos daqueles empresários que, fazendo algo bem feito, depois se arrependem.

Este arrependimento é tão vulgar quanto absurdo. De facto existem empresas que fazendo uma coisa bem feita, se dispersam por alternativas e acabam a fazer várias coisas medíocres. É uma inconsistência que vai para além das pequenas empresas. Tanto que nas grandes, desleixar o que se faz bem para tentar outra coisa qualquer até dá pelo pomposo nome de “diversificação”. Como se, lá por ter um nome chique, deixasse de ser uma asneira. Por exemplo, os carros Smart foram criados como uma compra esperta. Poupam dois lugares e com isso ficam mais baratos e manejáveis na cidade. A esperteza da Smart resultou num importante sucesso de vendas. Estão de parabéns, ou melhor, estavam de parabéns, porque a Smart já não foi tão esperta quando introduziu um carro desportivo. Um desportivo é giro, mas não é esperto. Assim, ao desleixar o que antes fazia bem, a estrela da Smart empalideceu.

Nos pequenos negócios também se vêem destes casos de esperteza saloia. Já devem ter visto: Um empresário, por exemplo contabilista de profissão, faz a escrita duma série de clientes. É dedicado, competente, apreciado. Os clientes estão contentes. Não tão delirantes que pensem em aumentar o preço, mas enfim satisfeitos. Vai daí, como o contabilista não aumenta as receitas, decide-se a fazer uma perninha noutro negócio. Chama um primo com jeito para a bonecada e trata de convencer os clientes a juntar ao serviço de contabilidade o desenho dos logotipos e a produção do estacionário.

Nesta história, ninguém se espanta que a pseudo-empresa de publicidade corra mal, é só um biscate, e será tão pouco rentável como um passatempo. Mas o que passa despercebido é que também o negócio da contabilidade irá sofrer com o desnorte. O negócio da contabilidade irá sofrer não só porque teve menos atenção do dono, mas também porque os clientes da contabilidade, que apreciavam o serviço sério e fiável (como têm de ser uma contabilidade), olham agora de lado para o lado criativo deste homem mais a sua publicidade. Ora, artistas das contas não obrigado, e como tal, lá vai o cliente em busca de gente séria para lhe fazer a escrita. Perder clientes é só o que acontece a quem bate na mãe e renega o que antes era.

Se ainda restarem dúvidas de que nada de bom vem de deixar de fazer uma coisa que se faz bem, talvez o bom senso arrume a questão. É do mais puro bom senso que as vendas são o único caminho para o sucesso de uma empresa e para vender ajuda ser melhor do que a concorrência. Como tal, renegar o que se faz melhor para empreender por outros caminhos só resulta em perder vendas.

7 Comments:

  • At 8:30 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Nice blog. Your posts were interesting reading.
    I have a hair loss solutions site. It
    pretty much covers hair loss solutions related stuff. Please try and visit it, see what you think.

    Rod

     
  • At 6:18 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Isto não deve impedir que uma marca evolua no tempo e queira passar a significar outra coisa na cabeça do cliente. Os mercados evoluem e a razão de comprar hoje pode deixar de fazer sentido amanhã (p.e. telemóveis no início - razão de compra - produtividade que significa poder falar no carro; telemóveis hoje - tarifário simplificados (UZO), serviço, associação a um lifestyle (todos os operadores fazem agora isto , que na minha opinião é um erro, ainda para mais porque é sempre o mesmo lifestyle )).
    Salvaguardando sempre que a "acumulação" de razões de compra é sempre mau, ou se escolhe ou se morre.

     
  • At 11:55 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Será que este artigo tem a ver com a Herança de uma marca? Se sim, foi este um dos únicos textos do livro " Compre este porque..." dos quais não concordei a 100% . Na minha opinião, está correcta a ideia da Herança da marca e há um um exemplo clarissimo para quem conhece. Falo do processo de criação do logo do Euro2004. É interessante ver as primeiras propostas apresentadas à UEFA e comparar com o logo final que está claramente ligado á Herança da marca Portugal, ou seja todo o caminho foi percorrido no sentido da criação de um logo onde está bem presente a Herança de uma marca.No entanto penso que as marcas e os seus valores podem ser, em algumas situações, dinâmicos.i.e. a ideia transmitida no livro é absolutamente verdade quando falamos em curto prazo mas penso que a longo prazo é possível modificar/melhorar os atributos e valores de uma marca, embora reconheça que seja arriscado nas marcas de consumo é aconselhavel por exemplo na marca Portugal.

     
  • At 9:58 da manhã, Blogger Consumering said…

    Caro Bruno, muito obrigado que tenha lido o "Compre Este Porque".
    De facto a Herança é um dos pontos mais fortes do livro, porque (acredito) lembra aos gestores de marca que não podem combater a realidade com logotipos, têm ser mais taoistas e aproveitar o momentum da Herança para a conduzir. Ou seja, a Herança evolui mas não se combate.
    Tenho pena é que discorde de quase tudo do livro. Pessoalmente acho que os artigos vinteetais sobre as barreiras e a forma de as ultrapassar são os mais fortes.
    Volte sempre que conversamos

     
  • At 10:46 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Henrique,

    Eu quis dizer que concordo com tudo, só neste aspecto da Herança não concordei a 100% na questão de a Herança ser estática, embora esteja certo que não é possível combate-la. No que diz respeito ao livro, achei o livro muito bom, simples e com muito conteudo. Fazem falta mais livros destes.

     
  • At 11:01 da manhã, Blogger Consumering said…

    Puxa, até fico sem graça! Siceramente muito obrigado.
    Já sobre a Herança não fui claro pelos vistos. Eu acho que a Herança é estática no sentido que "é assim, hoje" e contra isso não há nada a fazer. Depois, a função da gestão de marcas é transformar essa herança num motivo de compra, ou seja, fazer com que passado algum tempo a Herança passe a ser uma coisa diferente do que é hoje. Nesse sentido a Herança é dinamica, evolui, não se reinventa, evolui. vai passando da A, para A' e depois para A'+ etc, até que chegue a ser o Motivo de Compra.
    O erro para mim está é ir "contra" a herança, dizer, "se é 'a' então eu agora vou anunciar 'b'" (ver Crédito Agricola).
    Para simplificar: "A Herança, hoje é, e não vale a pena combate-la, o certo é aproveitá-la para credibilizar o Motivo de Compra".
    Mais uma vez obrigado, Volte sempre.

     
  • At 6:54 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Hi,

    Cool Blog. Very informative.

    Keep up the good work.

    Female Hair Loss

     

Enviar um comentário

<< Home