Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

28/12/2005

Paradoxo do focus

- Quanto melhor for uma marca num atributo mais os consumidores tendem a reconhecer que é melhor em todos os atributos.

É um comportamento algo paradoxal, mas observa-se as vezes suficientes para evitar que se caia no erro da Smart (querer fazer carros com mais lugares) ou para evitar o erro das empresas de serviços (querer ter tudo para toda a gente).
Se uma marca consistentemente constrói a reputação de ser melhor num determinado atributo, os consumidores tendem a reconhecer que essa marca é também melhor na generalidade dos outros atributos.
Assim sendo a melhor forma de construir a reputação de uma marca como sendo a melhor em todos os atributos relevantes de uma categoria, acaba por ser, paradoxalmente, focar essa marca na promessa de ser melhor num só dos atributos de compra da categoria.
Por exemplo a Tele2 faz uma aposta focada nos melhores preços. Resultado, mesmo que a “qualidade” seja o contraponto de uma oferta “hard-discount”, logo o ponto fraco da oferta, a verdade é que, actualmente, deverá haver mais consumidores a reconhecer qualidade de serviço à Tele2 do que por exemplo, a admitir o mesmo em relação ao serviço das desfocadas concorrentes Oni e Novis.

O Paradoxo do focus não tem uma base teórica cientifica, mas demonstra-se empiricamente:

- Quanto melhor for uma marca num atributo mais os consumidores tendem a reconhecer que é melhor em todos os atributos.

11 Comments:

  • At 12:12 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    penso que relacionado com isto é o exemplo da marlboro: quando começou posicionou-se como marca para homens - cowboys. Enfocando apenas na parte masculina do mercado.
    No entanto, as mulheres com necessidade de afirmação perante a sociedade começaram a fumar marlboro também.
    Assim, um posicionamento que á partida limitava o mercado, na realidade não o fez.
    É muito interessante pensar num posicionamento, não como limitativo do mercado, mas como uma forma de entrar no mercado. É algo muito táctico.

     
  • At 3:43 da tarde, Blogger Consumering said…

    Também por causa deste paradoxo não podem as marcas cair no engano de pensar que "já tenho o grupo A agora vou prometer outra coisa diferente para atrair o grupo B".
    É perfeitamente natural que uma marca focada conquiste facilmente aqueles que estão em primeiro lugar interessados no atributo escolhido, mas depois é comum chegar a um ponto onde já se conquistou os fãs naturais e é altura de ir buscar os outros.
    O caminho errado é lançar extensões de linha que "batem na mãe" e nem convencem os detractores nem seguram os fãs.
    O caminho certo para agradar àqueles que não querem o benefício está descrito no capitulo 20 do "Compre Este Porque..."

     
  • At 4:18 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Exacto,

    O próprio posicionamento em si implica já abdicar de alguma coisa sacrificando uma parte para obter um foco noutra. A partir daí tudo o
    que vem é um acréscimo e bem vindo, claro. E o exemplo que o Henrique deu do Smart clarifica bem a situação contrária, ou seja,tentar ser tudo para toda a gente.

     
  • At 8:58 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Viva, cada vez são mais os casos de marcas que apesar de praticarem a política de low price conseguem chegar a patamares percepcionais de qualidade bastante interessantes. A tele 2 e o Lidl são bons exemplos disso. A questão é se decidirmos inverter a lógica: Ou seja, a qualidade ser o principal atributo e simultaneamente um preço baixo ser percepcionado/associado...


    Cheers

     
  • At 9:12 da manhã, Blogger Consumering said…

    Pelas mesmas causas deste paradoxo a "qualidade" é uma carateristica tão vaga que se torna dificil de a fazer "crescer" por ela. Tende a ser mais fácil escolher outra coisa (luxo, engenharia, etc.) e deixar que a percepção de qualidade aumente por efeito do "paradoxo do focus".

     
  • At 3:46 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     
  • At 10:14 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    ???

     
  • At 2:46 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    De volta à pátria, pergunto-te Henrique:
    E que tal o hiper-paradoxo? Ou melhor, como se explica que uma marca que não tem qualquer atributo popularmente reconhecido seja há já muitos anos líder incontestada de mercado: a Renault.

     
  • At 9:46 da manhã, Blogger Consumering said…

    Rayban, há uma "lei" que diz: O líder pode morrer duas vezes. Mais até se ninguém o matar.
    A Renault não é lider (vende mais a espaços em Portugal, o que é muito diferente).
    Os concorrentes da Renault são ainda mais desfocados. O sector automóvel desconhece o conceito de posicionamento (como muitos outros sectores) onde a generalidade dos gestores é incapaz de preencher o espaço vazio em: "compre MARCA (em vez da concorrencia) porque _________________________________"

    Está explicado?

     
  • At 5:37 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não...

     
  • At 10:36 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    No entanto a Renault publicita a sua liderança na segurança automóvel, ou seja, segundo eles, têm os carros mais seguros do mercado (no seu segmento claro!).

    Assim aos olhos dos consumidores comprar um Renault é comprar um carro "seguro", o que na maioria dos casos se sente no preço desse mesmo carro, quando comparado com outros do mesmo segmento!

     

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