Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

01/02/2006

Perguntavam-me no outro dia

- Será possível mudar o mundo com um orçamento? Ou sai apenas muito caro?

Se uma coisa não vende, não pega, não anda, etc. Valerá a pena investir contra moinhos de vento até provocar uma mudança real no comportamento das pessoas? E se não vale a pena, não andarão iludidos todos aqueles proselitistas que gastam em sensibilizar e converter?

E se for possível mudar a forma como as pessoas pensam, não será muito caro? Quanto custa mudar a cabeça de uma pessoa, mudar mesmo (de “A” para “não-A” e não apenas de “A” para “A’ “)? E quanto custa fazer o mesmo a milhões de pessoas que constituem um mercado? Não será demasiado caro, logo impossível?

Mas por outro lado, se as mentes não mudam (como afiançam os ilustríssimos Al Ries e Jack Trout) então para quê anunciar? Para quê sensibilizar? Para pregar aos convertidos? Não há melhores coisas para fazer com o dinheiro de toda a gente?

Em que ficamos?

8 Comments:

  • At 10:08 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Talvez o objectivo não seja mudar totalmente, ou seja, por exemplo, um consumidor que queira segurança, quererá sempre segurança. O anunciante tem é que "convencer" esse (e outros consumidores) que oferece essa segurança. Claro que será dificil (para ser simpático) mudar radicalmente a maneira de pensar dos consumidores! Eu sou fan da Coca-Cola e por mais acções que a PEPSI faça, não irei mudar. Mas não nos podemos esquecer que há por aí muitos consumidores do "nim" e embora eu ache que esses sejam cada vez menos, ainda são a maioria, logo, a publicidade nos moldes em que a conhecemos hoje, é para os consumidores do "nim".
    É apenas a minha humilde opinião.
    Saudações a todos!

     
  • At 2:23 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Todos mudamos. O investimento pode provocar uma mudança, no entanto o produto/serviço tem que entregar algo que seja apetecivel para o consumidor.

     
  • At 2:58 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    acho que é possível manter o produto como está e mudar a mente das pessoas. Para isso, ou se reposiciona o produto ou se reposiciona a concorrência. Eu prefiro o último. O Trout e Ries acreditam nesta ferramenta e eu também.

     
  • At 10:49 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Bom dia,

    "If it takes a $200 billion advertising industry to maintain what economists quaintly call ‘demand', then perhaps that demand isn't as urgent as conventional theory posits. Perhaps it's not even demand in any sane meaning of the word."

    Jonathan Rowe, "Dollars & Sense" magazine, July-August 1999

     
  • At 3:56 da tarde, Blogger Consumering said…

    Bela citação, mas há apenas um ligeiro equivoco nos propósitos. A publicidade não serve para fazer crescer a "demand" (a procura), serve sim para redirecionar a procura no sentido das nossas marcas. Acontece que com tanta gente a anunciar, a própria procura acaba, por um efeito secundário, a ser estimulada pela publicidade. Mas é apenas um efeito secundário, a publicidade não pode (não deve) ser responsabilizada por um efeito que não é o que dela se pretende.
    Aliás, esta nuance parece ilustrativa de um grande equivoco cometido pelos economistas que consideram a publicidade como um fenómeno macro-económico, quando a publicidade é essencialmente micro-económica, puramente competitiva e destinada exclusivamente (ainda que por vezes com pouco sucesso) a substituir o pacote de detergente X, por um pacote de detergente Y. Uma mudança que é tudo na vida para as marcas X e Y, mas que não tem valor directo para a macro-economia.

     
  • At 9:37 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Nada mais facil: faz-se um concurso.

     
  • At 10:38 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Concordo com o que o Henrique disse "A publicidade não serve para fazer crescer a "demand" (a procura), serve sim para redirecionar a procura no sentido das nossas marcas.", mas para mercados maduros. Olhando para um mercado numa fase inicial do seu ciclo de vida eu diria que a pub leva à experimentação e ao crecimento da procura sem necessariamente haver troca de produtos Y para X. Fico à espera de comentários...

     
  • At 10:57 da manhã, Blogger Consumering said…

    Mesmo num mercado em expansão, a publicidade normalmente gera a deslocação de dinheiro do fim A (velas), para o fim B (lâmpadas).
    Por vezes essa transferência gera um mercado maior do que o original (como no caso das telecoms móveis vs fixas) mas por outras representa uma poupança (leite UHT vs Leiteiro).
    Também é verdade que as poupanças nunca são em vão, com cada poupança entram mais pessoas nos mercados e por isso é que a economia cresce exponencialmente, e por isso é que há inflação.

    Em resumo, a publicidade não se destina a fazer crescer a procura, o crescimento da procura é apenas um efeito secundário da publicidade, para o qual ninguém trabalha directamente, toda a gente tenta vender do seu em detrimento do do vizinho (ou pelo menos essa é a ideia).

     

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