Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

22/05/2006

Estratégia vs táctica (diletância momentânea)

Não tem sido muito conclusivo o debate ali em baixo sobre o que fazer com os ataques e contra-ataques de marcas e concorrentes. Pode ser que o interesse do tema seja pequeno, pode ser que o fórum esteja abandonado. Mas o mais provável mesmo é que não haja melhor resposta para dar, logo ninguém se atreveu a dá-la.

De facto, não há uma boa resposta a dar às divagações técnico-tácticas de segunda ordem entre líderes, attackers e flankers. Uma coisa é o certo, o óbvio, aquilo que já foi escrito há 30 anos pelos visionários Ries&Trout (ainda que só uma mão cheia de letrados tenha percebido):
Os mercados acabam por ser uma corrida de duas marcas, um líder que defende e um seguidor que ataca. Os outros concorrentes jogam no flanco, na tentativa de criar o seu próprio mercado. (eis um resumo do “Marketing Warfare” em 33 palavras)

Depois vieram as divagações de segunda ordem, como por exemplo:
- O que deve fazer um atacker quando o líder ataca o atacker?
- O que deve fazer um líder quando o atacker se transforma num flanker?
- O que deve fazer um flanker quando o líder estende a linha para o seu lado?

Curiosamente a resposta a todas estas questões tende a ser: NADA. Talvez por isso as respostas ao fórum não abundaram. Se não há nada a fazer, não há nada a comentar. Mas adiante. Revendo os casos que estão em cima da mesa:
- Se o atacker é atacado pelo líder, então o atacker deve manter-se no seu caminho atacante original , pois que estará em condições de se tornar ele o líder. (A resposta consensual à questão original).
- Se o atacante lança um ataque extra pelo flanco, o líder deve defender como se de outro qualquer ataque de flanco se tratasse. Ou bloqueia, lançando um produto idêntico, ou ignora se não merecer a pena. (A questão do Bruno sobre os refrescos sem açúcar).
- Se um líder se estende para o flanco, o flanqueador tem de defender o seu território, provavelmente tal como já o fazia antes. (o que se passa agora no mercado das águas com sabor).

Ou seja, em termos estratégicos nada muda. Estas movimentações podem quando muito dar origem a respostas tácticas e momentâneas. Mas não serão com certeza motivo para alterações estratégicas. A estratégia, a boa, deve resistir aos ventos e aos momentos. Se não, não é uma estratégia é apenas uma táctica. Uma estratégia (ainda que se diga o contrário) não é adaptável, nem flexível (no sentido em que muda), a boa estratégia aplica-se sempre que as circunstâncias se mantiverem. E já que as circunstâncias das marcas são ditadas pelas percepções do consumidor (que não mudam rapidamente) e pelas novidades tecnológicas (que também são escassas), as estratégias (as boas) tenderão a manter-se válidas mesmo que os outros concorrentes tentem introduzir novidades de última hora.

É capaz de ser chato concluir que tudo o que havia para inventar na gestão de marcas foi sistematizado por dois senhores (Ries&Trou) há já 30 anos. Mas se Einstein demorou 200 anos a acrescentar alguma coisa a Newton e mais, se as regras básicas do posicionamento continuam ainda tão pouco aplicadas, porque é que haverá necessidade de as questionar. A “verdade” está aí, basta aplicá-la.




Nota – Esta semana haverá mais um artigo no Meios&Publicidade e o novo tema está quase completo e pronto a ver a luz do dia, venha um sim lá dos lados do Carmo.

2 Comments:

  • At 3:09 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Sobre a estratégia e táctica cofesso que mudei por completo a minha opinião depois de ler o "Marketing Warfare". A abordagem que os autores apresentam é clara e simples tal como o Henrique a expõe aqui. Para mim a estratégia era concebida e depois faziam-se as diferentes tácticas para servir os objectivos traçados. No entanto os autores dizem-nos o seguinte : o que é a estratégia senão a forma para criar as condições adequadas para a eficácia das tacticas? Penso que faz todo o sentido. Não é possível conceber ou criar uma boa estratégia se não houver um profundo conhecimento táctico.

     
  • At 7:10 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    best regards, nice info »

     

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