Consistentemente Incoerentes
Porque é que a Consistência da comunicação (as cores, os tipos de letra, os sons, as personagens) tem precedência sobre a Coerência da mensagem (a promessa que a marca cumpre, a vantagem de comprar uma marca, o factor distitintivo entre as marcas)?
Porque é que os profissionais das marcas passam tanto tempo a perseguir a consistência dos formatos e ignoram a coerência dos conteúdos?
Porque é que ver uma marca a prometer ora rapidez, ora qualidade, com a mesma cor de fundo é vulgar ao ponto de parecer aceitável, e mal se vê quem seja coerente no que promete aos seus potenciais clientes, e o faça independentemente da banda sonora do anúncio?
Porque é que tantas marcas são Consistentemente Incoerentes?
Porque é que os profissionais das marcas passam tanto tempo a perseguir a consistência dos formatos e ignoram a coerência dos conteúdos?
Porque é que ver uma marca a prometer ora rapidez, ora qualidade, com a mesma cor de fundo é vulgar ao ponto de parecer aceitável, e mal se vê quem seja coerente no que promete aos seus potenciais clientes, e o faça independentemente da banda sonora do anúncio?
Porque é que tantas marcas são Consistentemente Incoerentes?
25 Comments:
At 6:47 da tarde, Anónimo said…
É mesmo muito complicado, difícil, complexo e trabalhoso perseguir a coerência dos conteúdos.
É muito mais fácil garantir a coerência da forma.
O problema é que somos constantemente "obrigados" a mudar conteúdos para mantermos a mensagem actual, e não há nenhum manual automático (tipo pantone) que garanta que se respeitam as fronteiras da personalidade da marca. Apenas podemos "adivinhar" qual o resultado, mas temos necessariamente que aprovar um copy...
At 3:39 da tarde, Consumering said…
Será? Será assim tão complicado garantir a coerencia dos conteúdos? Se uma marca tem um posicionamento definido, basta-lhe repetir o mesmo posicionamento, a mesma proposta. A coerência de conteúdos obtém-se tendo um conteúdo.
Não será antes o caso de os gestores de marca têm medo da definição que os leva a preferir a consistencia da forma, ignorando a coerência do conteúdo?
At 1:17 da manhã, Anónimo said…
Viva: Estas a falar de gestão da identidade da marca, como gestão da identidade de uma vedeta de Cinema?
Será´que o ideal para as marcas seria algo ao estilo Sean Connery, sempre com os seus tão característicos elementos distintivos, sem esquizofrenia, botox's ou plásticas? ;)
Cheers
At 11:31 da tarde, Anónimo said…
Prabéns pelo blog, sempre com ótimas dicas!
Trabalho com marketing e sempre encontro sugestões legais por aqui!
At 11:55 da manhã, Consumering said…
É o oposto do Sean Connery, o oposto de qualquer actor.
Para mim uma marca não é um recipente que diz qualquer coisa sempre com o mesmo sotaque =consistência.
Para mim uma marca bem sucedida, é uma ideia que se repete sempre de forma diferente = coerência.
At 10:24 da manhã, Anónimo said…
hmmmm, já percebi que os martinis já não são o que eram... ;)
Mesmo assim a "verdadeira" marca não será aquela que está sempre "ao lado" do consumidor, que cresce com ele, que envelhece com ele qual vizinho da frente com o qual se fala do tempo, dos filhos e da bola...
Cheers
At 2:11 da tarde, Consumering said…
eu acho Nada está "sempre ao lado do consumidor, nem cresce com ele e o mais normal é as pessoas com o tempo passar a odiar os vizinhos.
Este tipo de "flexibilidade" da marca é apenas um disfarce para a falta de conteúdo, a falta de solidez, a falta de proposta.
As marcas servem para "representar uma promessa", mais nada. Uma promessa única e imutável (no máximo adaptável, mas pouco).
Sempre que algém fala em dois targets, dois momentos, duas especificidades, duas propostas está a dizer duas asneiras. Porque uma anula a outra (1+1<1).
At 10:09 da manhã, Anónimo said…
ahmmmm, como será então a melhor intrepretação metafórica daquilo que para ti será o comportamento de marca ideal?
Esqueçamos então o vizinho... vamos substitui-lo pelo amigo, pelo compincha? pelo "buddy" que "está sempre ao nosso lado", com qual bebemos umas jecas e que constitui a "fiel e imútavel" companhia pa ir ver a bola?
Pessoalmente, essa hipótese, nem a mim me convence, mas confesso que também tenho um pouco de dificulade em lidar com a suposta "emotividade" dos valores de marca...
At 10:47 da manhã, Consumering said…
Não estou a ver uma metáfora das marcas, cada marca é uma metáfora ela própria.
-A coca-cola é uma metáfora para o american way of life.
-A nike é uma metáfora para o estrelato desportivo.
que metáfora pode representar uma metáfora?
Ainda por cima quando o problema é que na busca da complexidade (segmentação, diversificação, emoção, associação) apenas se transoforma "wanmabe-marcas" em não metáfora, retirando-lhes o significado.
At 1:22 da tarde, Anónimo said…
Eu acho que os valores que as marcas transmitem podem perdurar no tempo... Tudo depende de que tipo de valores se transmitem e da coerência com a a estratégia global adoptada pela empresa. À dias vi na tv um documentário sobre o "flop" que foi a mudança de sabor da Coca-Cola e havia pessoas que nem consumiam Coca-Cola que estavam indignadas e protestavam por essa mesma mudança. Eu penso que mais do que uma coerência estética obrigatóriamente terá que haver uma coerência de valores com acções.
Queria aproveitar a oportunidade para agradecer a sugestão de leitura do "Positioning" e do "Marketing Warfare", livros fantásticos. Vou adquirir agora o "New positioning" e o "The Fall of Advertising and the Rise of PR", já leste? O que achas deles? Senti-me foi um pouco desiludido com o teu livro depois de ler o "Positioning", porque acho que o teu é um "resumo"... Espero que não leves esta critica a mal.
E pra quando a criação da agência de marketing nacional? A criação de uma "Tuga-Cola" e do garfo português?
Abraços!
At 2:00 da tarde, Consumering said…
Lamento desapontar... é verdade que não inventei nada, apenas lhe mudei o modo de apresentação. Al Ries e Jack Trout inventaram a gestão de marcas(há 30 anos). Desde então a indústria divide-se entre os que repetem aquilo que Ries&Trout inventaram e os idiotas que estão completamente enganados.
Eu tenho a ilusão de ter feito (em português, com um formato engraçado) um bom sumário da teoria do positioning, acrescentando o "como se aplica", algo a que Ries e Trout se dedicam pouco. Mas quem sou eu para avaliar...
Ainda assim, se o meu livro se tornou menos bom por comparação, então os livros seguintes de Ries & Trout são talvez piores, as melhores ideias não são novas, as novas ideias não são tão boas.
Dos autores, aconselho:
- "22 immutable laws of marketing" (tb é um clássico)
- "Fall of advertising, rise of pr" (o melhor dos "novos")
- "power of simplicity" (mas pouco)
e não tanto: "focus", "on strategy", "22 laws of branding, "11 laws of não sei quê" que se tornam repetitivos.
Além de Ries&Trout pouca gente conseguiu escrever coisas interessantes e originais.
Interessantes:
- "Ice to Eskimos" - J.Spoelestra
- "The end of..." - S.Zyman
Original:
- "tipping point"-M.Gladwell
- "purple cow" - Seth Godin
Sobre "os valores", de acordo se disermos "o valor", "a mensagem", "o benefício", "o target", etc. As marcas são singularidades.
A "marca portugal" (os artigos sobre ela), está em desenvolvimento e irá para a rua quando encontrar algum meio que queira publicar a coisa em capítulos.
At 2:15 da tarde, Anónimo said…
Boa pergunta...
At 2:23 da tarde, Anónimo said…
Devo dizer que talvez tenha exagerado na expressão utilizada. Desiludido talvez não tenha sidfo o melhor termo, a questão é que li-o com enorme entusiasmo pensando que era inovador e agora vi que não... Mas de qualquer maneira, acho que está muito bom e actual. (Vou compra-lo!)Em relação à pequena lista, estão todos na calha para ser comprados e lidos, mesmo os "menos bons", tenho uma enorme "sede" e entusiasmo sobre a matéria e devo dizer que grande parte graças ao teu livro.
Em relação à marca Portugal, que tal um post sobre, com sugestão de posicionamento a adoptar, potencialidades de produtos/serviços/mercados a explorar?
Abraço!
At 3:13 da tarde, Consumering said…
O posicionamento para Portugal e os produtos a adoptar é um velho affair, veja-se em:
http://consumering-archives.blogspot.com/2005_03_01_consumering-archives_archive.html#111132662673206662
At 4:36 da tarde, Anónimo said…
Não concordo com o posicionamento de Portugal como um país simpático! Basta ir ao Algarve para se constatar que o atendimento é horrivel, quer para estrangeiros, quer para portugueses... E também não vejo com muito bons olhos o transformar do nosso Portugal numa colónia para os "Euro-reformados". Eu vejo esta questão mais no sentido de apostar em marcas nacionais, marcas com forte ligação à nossa identidade nacional, com mão-de-obra nacional, marcas patrióticas com orgulho de ostentar um "Feito em Portugal" ao invés de "Made in ______". Temos marcas nacionais de sucesso, mas que não têm identidade nacional (Quebramar, por exemplo). Será que isto são só devaneios de uma mente jovem e um pouco ingénua como a minha? Ou será que é legítimo ambicionar o culto da identidade nacional no mercado?
At 4:56 da tarde, Consumering said…
vários pontos em que discordo:
1) apostar em marcas com forte ligação à entidade nacional - Mas qual identidade nacional?
2) A entidade nacional come-se? porque é que ser português vale dinheiro?
3) A questão dos euro-reformados é muito mais uma resistência à ideia de aturar velhos do que uma razão real. Mas não se assustem, vejam a Flórida e vejam como é uma sociedade jovem e pujante com a Nasa e a Disneylandia.
Em resumo: Compre Português Porque _________________? Aceitam-se alternativas.
At 5:29 da tarde, Anónimo said…
Compre Portugal porque somos empreendedores... Descobrimos mais de metade do globo!
Se não existe uma identidade nacional, é porque se deixou morrer? Não me digam que um país que descobriu mais de metade do globo terrestre não tem uma identidade? Um país que lutou contra os mouros e contra os espanhóis não tem uma identidade? Mais do que me custar a acreditar, entristece-me que isso possa ser a realidade! A Flórida é um destino para muito mais do que velhos reformados... Eu acho que temos que promover o país internamente primeiro... Só depois podemos pensar em melhorar a promoção externa...
Só a título de exemplo: não era a G3 considerada uma das melhores armas? E não era de fabrico nacional? Não era o UMM um jipe robusto, apesar de desconfortável? Não somos responsáveis e pioneiros na rede de multibancos? Na via verde?
Custa-me aceitar que não temos identidade... Que estamos acomodados a maus governos e a baixos níveis de vida...
At 5:36 da tarde, Consumering said…
Pois mas não é verdade que sejamos empreendedores, os descobrimentos foram à 500 anos e ninguém nos reconhece por isso, os espanhóis abarbataram-se do conceito.
Se perguntar-mos a um qq europeu quem é que andou de barco a descobrir o mundo ele responderá: Colombo e Espanha. É a vida.
Mas vamos lá: Qual é a Herança de Portugal, o que é que os Europeus "sabem" de Portugal?
At 5:48 da tarde, Anónimo said…
Pensam que somos uma provincia de Espanha... Mas não nos cabe a nós mudar essa imagem? Não nos cabe a nós passarmos o valor que queremos que o "consumidor" tenha na sua cabeça?
Não nos cabe a nós mudarmos de "periferia da Europa" para ponto de entrada? Não é à toa que os americanos têm uma base nas lajes! Não é à toa que a Inditex tem uma ponte aérea de Lisboa para Nova Iorque! Não podemos usar esses beneficios a nosso favor?
At 5:51 da tarde, Consumering said…
Opa... "minds don't change" ninguém muda a percepção, podemos quanto muito pegar na percepção e endireitá-la.
Os gringos acham que somos uma provincia de espanha e que mais?
At 6:36 da tarde, Anónimo said…
É verdade que minds don't change... Mas temos que encontrar uma "escada" onde possamos ocupar o primeiro degrau...
At 9:29 da manhã, Consumering said…
:) essa escada é o conforto e o produto-estrela é o turismo residencial sénior....
At 4:30 da tarde, Anónimo said…
Acredito que sim... Mas mesmo assim gostava de tentar abordar as coisas com uma perspectiva diferente... Uma iniciativa do género da dos códigos de barra 560 (que está enganada, diga-se de passagem) mas numa perspectiva empresarial de criação de produtos nacionais para competir com os estrangeiros...
E se o turismo sénior tem assim um potencial tão grande, porquê que ninguém ainda investiu nele?
At 5:03 da tarde, Consumering said…
porque as pessoas (dos locais de destino) reagem como tu reagiste.
At 12:55 da tarde, Anónimo said…
Está a decorrer o Concurso de Criatividade "Desenha um Logo para o Carga", organizado pelo Carga de Trabalhos, o blog com ofertas de emprego em toda a área da comunicação (design, publicidade, jornalismo, marketing, etc.).
O Concurso convida à participação de todos os interessados e, para concorrer, basta criar uma proposta original de logótipo para o Carga.
Mais informações estão disponíveis em: http://cargadetrabalhos.blogspot.com
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