42 - O fluir da energia vital

As filosofias tradicionais chinesas assentam na crença que todas as coisas são parte de uma grande unidade. Esse todo que constitui o universo é mantido em funcionamento pela energia vital, o Chi, uma palavra chinesa que significa “fôlego”. O Fluir do Chi é essencial para atingir a harmonia e equilíbrio. Este conceito é aplicado através de processos elaborados a partir de conhecimentos intuitivos e matemática iterativa que relacionam os ciclos da natureza com a qualidade de vida. Um desses processos é hoje conhecido como Feng Shui. Literalmente, Feng Shui, significa vento e água, e é uma proto-ciência praticada há mais de 6.000 anos, para, através do arranjo dos objectos no espaço, conseguir um fluir óptimo do Chi. O resultado é a obtenção de saúde, harmonia e prosperidade. Para as marcas, o fluir do Chi permite-lhes tirar partido da Distribuição.

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41 - Isto não é para si

Todos os anos, pelo Natal, cada criança inglesa recebe o equivalente a 300 euros em presentes. Este é um valor tão impressionante que a economia dos países ocidentais já nem passa sem ele. E não é só no ocidente. Apesar da tradição do Natal ser eminentemente cristã, mais de metade dos brinquedos vendidos nos Estados Unidos são fabricados na China. É que, como tudo, os presentes de Natal são um fenómeno globalizado, e a sua oferta tornou-se prática corrente até em países budistas como a Coreia do Sul. De facto, percorreu-se um longo caminho desde que há dois milénios, em plena Epifania e talvez no dia 6 de Janeiro, os três Reis Magos presentearam o Filho de Deus com ouro, incenso e mirra. 2000 anos depois, as prendas são agora jogos, perfumes, vinhos ou chocolate. Mas para dar. E a todos. Nem que se ofereça algo tão desapropriado como a Mirra. O que é a mirra? E para que raio uma criança, mesmo o filho de Deus, quererá mirra? Seria de esperar que os Reis Magos, especialmente depois de tão longa viagem atrás de uma estrela, trouxessem presentes um pouco mais elaborados. Mas não, trouxeram Mirra, uma madeira aromática usada nos funerais. A mirra serviu, já que não é de bom-tom recusar o que é dado com a melhor das intenções. E aproveitando a deixa, os anunciantes alegam agora que não se pode recusar uma marca que é feita “a pensar em si”.

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40 - Gordura não é formosura

Um dos pontos negros na História da cosmética ocorreu quando a rainha Vitoria declarou que o uso de maquilhagem era incivilizado e restringiu o seu uso a gente de moral dissoluta como as prostitutas e os actores. Foi um puritanismo breve, e logo após a primeira guerra mundial a maquilhagem recuperou o destaque que sempre tivera. Esta recriminação ainda voltou, uma vez que os Nazis proibiram o uso de maquilhagem, mas também isso lhes foi tirado da ideia. E foi até hoje, em que a cosmética se tornou numa muito próspera indústria. A maquilhagem é tão antiga como o homem e não há registo de nenhuma civilização que tivesse passado sem ela. Isto apesar dos riscos. Os egípcios e os romanos incluíam mercúrio nos seus cosméticos, pelo que provocavam alguns envenenamentos. Actualmente, a indústria da cosmética eliminou os riscos de saúde recorrendo a ingredientes tão inofensivos quanto inesperados. Por exemplo, o brilho dos batons é retirado das escamas de peixe. Sem risco para a saúde e livre da repreensão moral a maquilhagem assumiu em pleno a sua função ancestral: Simular juventude, saúde e sensualidade. E é precisamente por ser uma simulação, que na maquilhagem menos é mais. Algo que também se aplica ao Tamanho de Venda.

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