Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

28/04/2007

Advertising self-service

É de desconfiar da utilidade para um anunciante de um modelo de advertising self-service como o do spot-runner. Tanto como estou deslumbrado com o brilhantismo da solução e do dinamismo de um mercado que premeia uma iniciativa destas.

Por partes, as boas primeiro. Os senhores do spot-runner são geniais.
- Já muita gente tinha percebido que uma barbárica parcela da publicidade se faz apenas para encher chouriços e que muitos dos anunciantes têm como motivação única o feito de aparecerem na televisão.
- Também não é um exclusivo do pessoal do spot-runner entender que quanto menor for a empresa mais mal servida está esta obsessão exibicionista. Por exemplo os promotores dos hilariantes espaços “Em Foco” ou “PortugalIndustry” sabem muito bem que mau espaço de televisão e produções a martelo se vendem bem nas PMEs.
- O que torna geniais os inventores do spot-runner é terem reparado que a Internet lhes permite massificar esta oportunidade de negócio a uma escala absolutamente extravagante.

Pois na verdade o que faz o spot-runner é o mesmo que se vê em tantas das campanhas de reposicionamento. Onde uma quantidade de imagens aspiracionalmente inócuas são seguidas de um logótipo desconhecido para serem exibidas na televisão. A novidade é que o spot-runner evita os custos com accounts beligerantes, criativos primas-donas, escritórios de luxo, cara de pau para aturar clientes para colocar o serviço a um preço de combate, disponível a uma multidão de gente sequiosa de protagonismo pessoal. Pelo mesmo serviço em que uns poucos privilegiados cobram centenas de milhar de euros a clientes pouco esclarecidos mas financeiramente abonados, o spot-runner consegue um preço de uns míseros 500 dolares.

Claro que não é bem a mesma coisa, pois o spot-runner não consegue nem a paz de espírito nem a auto-ilusão que vem junto com encomendar um trabalho de reposicionamento institucional que rejuvenesce e associa valores a uma empresa de publicidade prestigiada. De facto, essa tranquilidade quase não tem preço (ou por outra tem um Premium de 50.000%) mas para o negócio dos clientes, o resultado conseguido pelo spot-runner é basicamente o mesmo, nenhum.

Sendo mais preciso, até se pode considerar que para fazer uma campanha inútil e inoqua, mais vale usar o spot-runner pois assim a empresa só fica 500 euros mais pobre, ao invés de gastar para o mesmo nenhum efeito muito mais dinheiro. Mas como sabemos que na publicidade o espaço de meios é que açambarca o grosso do investimento, essa poupança pode até nem ser relevante para quem torra orçamentos de milhões.

Tudo isto leva-nos às partes negativas do modelo spot-runner. Simplesmente não pode funcionar em benefício dos negócios que o compram. E se funcionar será num caso marginal e de probabilidade tão remota que fará mais sentido económico gastar esse mesmo dinheiro no euro-milhões. Explicando:
- A publicidade funciona na medida em que disponibiliza aos potenciais clientes informações e conhecimentos motivadores de uma compra. Para isso convém que se utilizem essas informações e conhecimentos nos anúncios. Ora, uma solução de publicidade completamente genérica terá alguma dificuldade em encaixar-se nestas especiais circunstancias. Quem investigar, descobrirá que a grande generalidade dos anúncios disponíveis no spotrunner são absolutamente genéricos e desligados da marca que deveriam promover.
- Também é sabido que as técnicas e meios de fazer publicidade eficaz são desconhecidas de uma parte muito assustadora dos anunciantes e publicitários profissionais. Portanto é de esperar que esse conhecimento seja ainda mais raro no pequeno negócio que tem de recorrer ao self-service de advertising. Os anúncios mais escolhidos no spotrunner acabarão por ser aqueles que trazem “warm and fuzzy feelings” ao anunciante mas são completamente irrelevantes para o negócio.
- 500€ é dinheiro mais do que suficiente para pegar numa handicam, gravar um depoimento honesto e sério em que convida os potenciais clientes a comprar e levá-lo a um canal regional por cabo para que estes o façam passar numa qualquer madrugada. O resultado (não fosse a falta de público) será certamente mais relevante para o negócio (qualquer negócio) do que um enlatado genérico.

Em resumo, o spot-runner é uma ideia genial para alargar o negócio da exploração da impreparação dos anunciantes a uma escala planatária, No entanto, o único negócio que sairá beneficiado por esta revolucionária invenção é o negócio do próprio spot-runner.


Opinião para a Just Leader - Já nas bancas

23/04/2007

O re-regresso da Marca Portugal

O caso de estudo da Marca Portugal está de regresso da pausa sabática a que se submeteu. A pouco tempo da edição em Livro (Outono 2007) volta a pré-publicação dos artigos sobre a Marca Portugal.

Os primeiros 14 já viram a luz do dia:
1 - Portugal Vende Mal
2 - A incompetencia de quem sabe
3 - Porque se degrada a Marca
4 - Para ser tem de querer
5 - Investimento sem retorno
6 - Trabalhem menos
7 - Não vê o que vende
8 - Sem motivo, sem vendas
9 - O que Portugal faz bem
10 - Unicamente Excelente
11 - Quem sabe o que vende
12 - Quem vai comprar
13 - Antes certo que exacto
14 - Antes ser que aparecer

os restantes 18 seguem-se brevemente.

20/04/2007

O melhor agente do mundo

Há de ser com certeza o agente do Pedro Abrunhosa, pois consegue que um músico rejeitado pela população há mais de uma década tenha a sua putativa carreira generosamente suportada por grandes mecenas como o BCP, a EDP e até o próprio Estado.

Verdade, depois da inacreditável ameaça do BCP em agredir com um cd riscado quem tivesse a veleidade que lhes pedir uma simulação de crédito. Vemos agora a EDP a suportar uma campanha em que Abrunhosa pede para ser eliminado (ou iluminado, pois com a rouquidão não se percebe bem).

Mas talvez o melhor resultado do laborioso trabalho deste agente maravilha terá sido junto do Estado, que arriscou a educação de toda uma geração e o próprio programa Novas Oportunidades ao nos explicar que a melhor forma de evitar futuras cantorias é tirar certa gente da escola.

Que grande agente, quando é que cobrará?

16/04/2007

“Devemos preocupar-nos quando…

... o Marketing de Resultados deixa de ser um pleonasmo”.

É deveras preocupante este alerta lançado pelo NAS. Aparentemente estamos imersos numa fase pos-realista da gestão de marcas onde até já se admite que exista marketing sem ser o de resultados.

12/04/2007

Leituras

Esta quinzena o Carga de Trabalhos sugere umas leituras invulgares.