Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

31/08/2006

M.Port.3) Porque se degrada a Marca Portugal

(Marca Portugal - Nº3 de 32)


A Marca Portugal é, hoje em dia, um factor de desvantagem competitiva do País. De verdade, se se demonstra que os produtos do País se vendem mais caros por mudarem de etiqueta para omitir, ou disfarçar, a sua nacionalidade. Então, a Marca Portugal não só não é o factor de impulsão do comércio externo que deveria ser, como é o perigoso contrário, é um lastro, uma desvantagem.
Ora, ter uma marca que é um empecilho, costuma ser um sinal bastante claro da inoperância do Departamento de Marketing. A não ser que combater o galopante défice da balança comercial não seja a tarefa que se espera de quem gere a Marca Portugal. Apesar de quem estiver de fora, julgar evidente que o único objectivo de aprimorar uma marca é com isso melhorar as suas vendas. Para desgosto de La Palisse, nem sempre quem gere as marcas procura mais vendas, deixando os demais a se interrogar: Se não é para as empresas ganharem mais dinheiro, então para que se dão ao trabalho?

(saber mais em "Vende-se Portugal")

28/08/2006

Mais um – 3º capítulo da Marca Portugal

Hoje no Diário Económico, a não perder, o 3 – Porque se degrada a Marca Portugal em versão digest.
Para saber mais, basta seguir o link.

17/08/2006

M.Port.2) A incompetência de quem sabe

(Marca Portugal - Nº2 de 32)

A primeira barreira que se coloca à gestão da Marca Portugal é que ninguém tem um currículo aceitável para o fazer. Não se conhece quem tenha a experiência de pegar num canto de País e, sem décadas de grandes melhorias na educação, justiça e mobilidade social, tornar a marca desse País num factor de competitividade e sucesso no mercado externo.
De facto, os grandes sucessos de desenvolvimento de países e das suas economias passaram, sempre, por vantagens internas, como sejam o ter uma população educada e trabalhadora, existir um sistema de justiça eficaz e viver numa sociedade que recompensa o esforço. Conjugação que se verificou nos países nórdicos, na Austrália, Israel, Singapura ou na Coreia do Sul. Estes países escalaram a tabela das economias mais competitivas, não porque tivessem belas campanhas de promoção externa, mas porque souberam investir, trabalhar, ser honestos e dedicados com o seu esforço. Exactamente o contrário do que se encontra em Portugal, que tem uns níveis de chico-espertice e preguiça que o condenam a ser, de entre os países ricos, aquele que é o mais pobre.

(saber mais em "Vende-se Portugal")

14/08/2006

Continua - A Marca Portugal parte 2

Aí está, o segundo capítulo da saga chegou hoje às bancas. A não perder no Diário Económico de hoje, o 2 – A incompetência de quem sabe. Em versão curta e uns dias antes da versão longa passar por aqui.

A não perder!

13/08/2006

“Para Quê”

Diz (bem) um leitor sobre a gestão da Marca Portugal:

"
Ao ler o manifesto de apresentação do trabalho fiquei com dúvidas do "PARA QUÊ?"... Apesar de poder parecer tonta a pergunta, creio que é essencial para realmente afectarmos as nossas energias de forma focalizada. Vejamos alternativas:
"Temos que ter uma marca Portugal para..."
1.vender mais limpando os produtos fabricados/produzidos/concebidos em Portugal
2.vender mais acrescentando/valorizando às marcas portuguesas
3.vender mais substituindo as marcas portuguesas
4.vender mais posicionando o país
5.vender mais (ou não) valorizando os governantes

Ou por outras palavras:
1.Para que o "Made in Portugal" não seja uma cruz e uma penalização para as marcas
2.Para que as marcas portuguesas tenham um endorsement positivo
3.Para servir de umbrella às marcas/produtos do nosso país
4.Para posicionar realmente o país, servindo para pautar e guiar estrategicamente as nossas políticas.
5.Para marcar politicamente a agenda

Obviamente que existirão mais e melhores alternativas e inclusivamente diferenças mais bem pensadas, mas foi o que me ocorreu... Eu defendo a alternativa 4. como a prioritária, que permitirá seguramente que haja "derrama" para as 1, 2 e 3 ! Para mim, esta é a essência do marketing, tal como o dizem os gurus R&T!

"

Apesar de esta pergunta do leitor estar aplicada à Marca Portugal, a verdade é que ela também se aplica a muitas outras (e tantas) marcas. Quando se investiga “para quê” é que tantos departamentos de marketing se metem em determinados trabalhos, muitas vezes se verifica que o móbil do crime, não é a idealista opção 4 (posicionar a empresa), nem sequer as honrosas opções de 1 a 3, em que se tenta vender mais qualquer coisita para pagar as contas ao fim do mês. Mas, infelizmente, tanto do disparate que por aí se faz em nome das marcas, serve apenas para “marcar a agenda” (alternativa 5) apostando tudo em parecer que se faz, precisamente para não ter de o fazer.

Traduzindo, a Marca Portugal, tal como tantas outras marcas, é (muitas vezes) “mal” gerida porque quem a gere não tem como o objectivo o “bem da marca” (as vendas), estando mas é submetido ao “bem da administração” (alternativa 5). O que muda muita coisa como por exemplo:
- O grupo alvo deixa de ser potenciais compradores do produto para passar a ser composto de empregadores e potenciais empregadores.
- O herói deixa de ser o produto/serviço para passar a ser a gestão da empresa.
- O resultado esperado deixa o “comprem” para assentar no “toda a gente acha”.
Não deixa de ser curioso como (com esta clarificação) não há assim tanto “mau marketing” a ser por aí praticado, trata-se apenas de ter objectivos diferentes.

Nota – Por algum acidente freak, o segundo capítulo da saga ainda não saiu no Diário Económico, aguardam-se novidades.