Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

16/01/2005

"pensar como o cliente"

Tinha de acontecer. Com a actual ilusão do valor do relacionamento emocional com os clientes, alguém se haveria de esquecer do básico, esquecer-se do que é que a empresa faz para merecer o dinheiro que recebe.
A ver com atenção este anúncio de página inteira do jornal "O Globo" e procurar descobrir o que fazem estes senhores da Light. Se descobrirem partilhem, porque quem escreveu o copy claramente não sabe o que a empresa faz.




12/01/2005

Caçar o par ideal

Caçar o homem ideal é semelhante a conseguir um bom cliente, em ambos os casos o sucesso depende de uma boa venda. De facto, é até provável que esta relação tenha começado pelo sexo, uma vez que homens e mulheres trocam favores desde antes da invenção da moeda. Bem, dilemas douvidagalinha aparte, a verdade é que o processo que leva uma mulher a ser escolhida por um homem é semelhante ao processo de venda de um outro produto qualquer. Como tal, se estiver no mercado, bem que pode extrair umas dicas da nova e excitante ciência das vendas que é o marketing.

Ainda antes de começar, fique ciente da fatalidade que é serem as mulheres bem melhores compradoras do que outra coisa qualquer. Esta afirmação não é uma execrável misoginia, é antes a constatação que, se cativar o homem ideal fosse comparável a comprar o par de sapatos que combina com aquela carteira para a qual não se tem dinheiro, não havia mulheres solteiras. Mas infelizmente é mais o oposto. No que toca às relações, as mulheres é que são os elegantes adereços, enquanto os homens não passam de uns insensíveis cartões de crédito, e do tipo que tem sempre plafond para mais. Se assim é, então as leitoras que se ponham do outro lado do balcão e tratem é de promover o seu produto.

O primeiro segredo para fazer uma venda, e sim perceberam bem, para atracar a um homem, é escolher aquilo que tem para oferecer, a característica que tem de especial. Por mais que todos gostassem de acreditar, não existem mulheres giras, sexy, espertas, simpáticas, divertidas e generosas e tudo ao mesmo tempo. Tal como não existem produtos perfeitos, todas as mulheres têm defeitos e como tal também todas têm qualidades. Ora, assim sendo, é do mais elementar bom senso que cada mulher escolha para ostentar a sua maior qualidade.

No marketing chama-se a este processo de eleição da qualidade prioritária: Definição do posicionamento. E para as mulheres há infinitos posicionamentos possíveis e mercado suficiente para cada um deles. Por exemplo, um posicionamento muito comum, apesar de pouco promissor, é o da ingénua certinha. Para essas estão reservados dois mercados distintos: os conservadores e os caçadores de inocentes. Mas, apesar de aborrecida, pelo menos a tarefa fica facilitada. Se é certinha, só precisa de ir ao encontro de um bom conservador. Diz-se que o Banco Alimentar é uma mina deles, mas a concorrência também é mais que muita.

Existem inúmeras opções. Outro exemplo, aquelas mulheres que têm as suas qualidades bem à frente dos olhos, podem escolher o posicionamento óbvio descascado. Para elas o mercado é bem mais simples. Qualquer lugar com boa iluminação serve. Mas a grande maioria das mulheres não tem figura para estar numa montra, então que escolham aquilo que têm de bom e procurem um sítio onde se concentrem apreciadores desse talento. Não podem é cair na tentação de querer ser boas em tudo e ao mesmo tempo. Lembrem-se: Os homens sabem que a mulher perfeita não existe.


Nota - Este artigo é o resultado de uma colaboração especial para a revista Cosmopolitan - já está nas bancas