A publicidade vai ser transaccionada ao Custo Por Acção, retirando o sentido aos mitos e fantasias da imagemHá muito, muito tempo atrás, ainda era vivo o milénio passado, num tempo em que alguns animais falavam, nascia o mito da publicidade da imagem. Qual princesa encantada que sempre seduz e conquista, esta publicidade sem mensagem ganhou fama e o proveito de salvar negócios, derrotar dragões e arrastar multidões.
A fama da publicidade da imagem, granjeou muitos aproveitos, à sua volta nasceram cidades pavimentadas a ouro, por onde circulam mágicos de confusa sabedoria e se alimentam tantos gatos gordos que nunca tiveram de correr pela vida. O negócio ia nu, grande e vaidoso, reposicionando aqui, rebrandeando ali, associando valores acoli e patrocinando grandes festivais onde quer que estes se realizassem. Tudo em nome da imagem e sem sombra de a concretizar em vendas.
Tratou-se apenas de um mito, uma fábula, mas houve quem vestisse a pele das personagens, levando ao dispêndio de milhões na fantasia, criando para a imagem um parque de diversões e sustos que cobra luxuosamente aos novos e crédulos visitantes. Isto até o CPA se materializar.
O CPA, Custo Por Acção, é uma invenção da publicidade online que promete privar muitos da sua fantasia da comunicação sem um fim à vista. O conceito por detrás do CPA é até bastante simples: o anunciante só paga pela quantidade de clientes que angariar. Tão simples que promete ser devastador.
Daqui a algum tempo, neste século e se calhar ainda nesta década, os anunciantes terão à sua disposição a possibilidade de converter o seu investimento em publicidade em comissões por angariação. Por exemplo. Virá o tempo em que haverá um operador de telecomunicações que deixa de torrar milhões apenas porque esta aborrecido e passa a pagar às suas agências por cada venda que estas concretizarem. Do outro lado da rua, um banco, desinveste da mudança de cor, para se concentrar em angariar novos clientes para os seus balcões. Na mesma altura, um fabricante de detergentes, aluga máquinas em troca do uso premium das suas pastilhas. Ou um simples promotor imobiliário que mede o desempenho pela quantidade de visitas que angaria.
O CPA não só permite, como obriga a estas pequenas transformações. Com a medição directa dos resultados, os anunciantes deixam de anunciar na vã expectativa de serem reconhecidos e quem sabe escolhidos, como faziam no tempo do custo de visualização. Com o CPA, o que tem valor é a acção, a venda, a resposta directa.
Este futuro parece retirar um pouco da magia e do glamour, ao passado, mas de saudosismos estão os tribunais de falências cheios e cabe aos negócios encarar de frente o que lhes vai acontecer com a propagação do CPA. Isto se quiserem continuar a ser chamados de negócio.
Artigo da (r)evolução para o Meios&Publicidade