Consumering

Se o marketing adapta um negocio ao mercado o que que fazem as empresas que se adaptam ao consumidor? Fazem Consumering. Um blog de artigos sobre como transformar uma empresa comercial num negocio de produtos preferidos pelos consumidores. www.consumering.pt

18/02/2004

30 - São as armas e não os uniformes


O Jubileu da rainha Vitória, em 1887, celebrou 50 anos de reinado sobre o maior império que o mundo alguma vez conheceu. Em todos os continentes, sobre todas as raças, impôs-se a ordem do Império britânico. Tamanho poder, mantido por uma administração ciosa dos seus métodos e que, por onde passava, deixava clubes e jogos de cricket, assentava num exército tão inferior em número quanto orgulhoso da sua bravura. Os clubes, o chá das cinco, as casacas vermelhas dos militares, são traços de uma imagem de marca que chegou a governar o mundo, mas cujo inevitável declínio, levou a que hoje em dia tenha até dificuldade em dar medalhas. A Imagem de Marca, ou em inglês a Brand identity, é o conjunto de formas, cores, dizeres e outras execuções que distinguem uma marca das demais, tornando-a, pela utilização desses códigos, imediatamente reconhecível pelos súbditos, ou seja, os consumidores.

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13/02/2004

29 - A marca anteriormente conhecida pelo seu produto


No dia em que completava 35 anos, a 7 de Julho de 1993, Prince Roger Nelson espantou o mundo ao anunciar que renunciava ao seu nome. A partir daí, Prince, seria referido apenas com um símbolo impronunciável 0(+>. E que resultou da reunião dos símbolos da masculinidade e da feminilidade, solidificados pela imagem da pedra-sabão. Verbalmente, o indivíduo era chamado como “o artista anteriormente conhecido como Prince” ou simplesmente, “O Artista”. Chegava então à cultura pop a visão pós-moderna de Micheal Foucault, que em 1971 anunciara uma era onde o autor deixaria de ser um produtor para se tornar na caracterização de um estilo, de uma atitude. Os fãs d’O Artista aceitaram a novidade como mais uma excentricidade do seu pequeno grande génio, enquanto os ateliers de criação de entidades corporativas exultavam: Se o símbolo triunfara sobre a substância, todas as marcas do mundo mudariam de logotipo como forma de deixarem de ser o que eram para se aproximar do que gostariam de ser.

Sete anos volvidos, O Artista voltava atrás e punha fim a um ciclo de más vendas, reassumindo o seu nome de sempre, Prince. Explicou-se então que tudo não passara de uma habilidade legal destinada a romper o contrato que Prince tinha com a Time Warner. Afinal, mudar de logotipo não mudou o produto e nem sequer tinha sido bom para as vendas.

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04/02/2004

28 - Vã glória de mandar


“Vaidade, é tudo vaidade. Que tira o homem do trabalho com que se afadiga? Gerações passam, e a terra permanece firme. O sol nasce, põe-se, e torna ao lugar donde partiu. Todos os rios entram no mar, e nem por isso o mar transborda. Que é o que foi? O mesmo que será. Não há nada de novo debaixo do sol“ No Antigo Testamento, livro de Eclesiastes, Salomão aponta aos Homens a sua insignificância. Alguns animais extintos depois, argumenta-se agora que o Homem não pode é ir contra a vontade de Deus. Seja como for, aplicado ao mercado de consumo, o que Salomão parece querer dizer, é que não vale a pena o esforço de organizar festas para promover as marcas. Isto porque, mal acaba o cocktail, as socialites costumam correr para o seguinte, e à marca que pagou a festa, não costumam dar mais do que uma legenda na revista. Ainda assim, mesmo arredados do jet-set, os gestores de marca insistem em organizar festas. O que, sendo verdade, muitas das vezes é uma forma de serem convidados. Também há muitos a argumentar que essas festarolas se destinam a dar visibilidade à marca, tornando o público mais identificado com os seus valores.

Ora, com argumentos destes, não admira que o comum dos mortais ache que os anunciantes são uns aldrabões. O consumidor até acusa os anunciantes de andarem a hipnotizar o mundo para roubar dinheiro. Não é verdade, mas há que compreender o comum dos mortais, a acusação não é disparatada. Realmente, a publicidade tem como objectivo último levar o consumidor a gastar dinheiro. Mas também é verdade que, se um consumidor compra o que não precisa apenas porque viu um par de pernas, é legitimo privá-lo dos seus bens. Entre um lado e o outro, as marcas não podem limitar-se a excitar papalvos. Porque há por aí muito consumidor esperto, que mais do que comprar tudo o que lhe aparece, quer saber o que deve comprar.


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